Governo de Shinzo Abe tem mais um novo ministro envolvido em escândalo

O ministro do Meio Ambiente do admitiu hoje que houve erro nos informes sobre gastos de um grupo de apoio político.

Do Mundo-Nipo

Yoshio Mochizuki (Foto: Yoshiaki Miura)
Apesar do caso repercutir negativamente, Mochizuki afirma que não tem motivos para renunciar ao cargo (Foto: Yoshiaki Miura)

O ministro do Meio Ambiente do Japão, Yoshio Mochizuki, admitiu nesta terça-feira (29) que houve erro nos informes sobre gastos de um grupo de apoio político. Segundo noticiou a imprensa japonesa, a esposa do ministro, responsável pelo relatório financeiro, teria anotado cerca de 6,64 milhões de ienes como despesa com eventos de Ano Novo em 2008 e 2009. O valor, no entanto, teve outra finalidade.

Em uma coletiva de imprensa, Mochizuki afirmou que o erro foi de sua esposa, “falecida há quatro anos”. Segundo ele, na época do relatório, a senhora Mochizuki era a responsável pela contabilidade do grupo e teria lançado a saída do dinheiro como despesa em eventos de Ano Novo para evitar críticas públicas com gastos políticos.

Mochizuki garantiu que o dinheiro foi destinado para outras atividades políticas, mas não precisou quais seriam, alegando que “os recibos não mais se encontravam em seu poder”.

Apesar disso, Mochizuki declarou que “não violou a lei eleitoral e por isso não tem motivos para renunciar ao cargo” que assumiu há menos de dois meses.

O caso Mochizuki virou destaque na imprensa japonesa um dia depois de outro ministro, Yoichi Miyazawa, recém-nomeado para a importante pasta da Economia, Comércio e Indústria, ter admitido o recebimento de doação em dinheiro de uma empresa estrangeira. Além disso, admitiu que um grupo de apoio político usou dinheiro de sua campanha para entretenimento em um “bar de sadomasoquismo” em Hiroshima.

Os novos escândalos serviram de munição para que os partidos de oposição fizessem novos ataques ao gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe, depois da renúncia de duas ministras.

A ex-ministra da Economia, Obuchi, de 40 anos, é filha de um ex-primeiro-ministro e era apontada como forte candidata a se tornar a primeira mulher a liderar o governo japonês. Ela apresentou sua renúncia depois de alegações de que seus grupos de apoio utilizaram indevidamente fundos políticos.

A imprensa japonesa revelou a contabilidade de uma organização política vinculada a Obuchi, mostrando o suposto uso ilegal de fundos para financiar a presença em peças de teatro de seus partidários, assim como para cobrir as despesas pessoais da ministra.

A ministra da Justiça, Midori Matsushima, também renunciou após o oposicionista Partido Democrata ter apresentado uma queixa criminal, acusando-a de violar a lei eleitoral com a distribuição de leques com sua imagem e textos legais em um festival realizado em seu colégio eleitoral, em Tóquio. Partidos de oposição alegam que o ato “constitui em uma “doação” e fere a lei de eleição de cargos públicos.

As renúncias acabaram por complicar decisões difíceis sobre algumas políticas em estudo, incluindo a possibilidade de o governo levar adiante um plano impopular para elevar o imposto sobre consumo em 2015 e a retomada das operações de alguns dos reatores nucleares do país, suspensas depois do desastre de Fukushima em 2011.

Abe, que esperava conter os danos substituindo rapidamente as duas ministras, enfrenta agora mais críticas da oposição contra ministros potencialmente vulneráveis e que também foram nomeados em uma remodelação de gabinete no início de setembro. Outras renúncias podem levantar dúvidas sobre o próprio futuro de Abe, dizem alguns especialistas políticos.

As renúncias foram as primeiras de ministros no governo de Abe, que assumiu o cargo em dezembro de 2012, em um segundo mandato, prometendo reavivar a estagnada economia do Japão e fortalecer sua postura de segurança a fim de ficar à altura de desafios, como a China, que cresce cada vez mais.

(Com informações da NHK News.jp e Agência Kyodo)

 


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