BC do Japão corta pela metade projeção de crescimento econômico

O Banco do Japão reconheceu que a economia e a inflação não aceleraram como esperado após o aumento do imposto.

Do Mundo-Nipo com Agências

O Banco do Japão (BoJ, banco central japonês) revisou suas projeções de longo prazo sobre economia e preços em seu relatório semianual, que serve como base para decisões sobre política monetária.

O relatório, divulgado nesta sexta-feira (31), informa que o BoJ cortou pela metade sua previsão econômica para o ano fiscal atual, depois que a demanda enfraqueceu na esteira da elevação do imposto sobre vendas em abril. Além disso, também reduziu levemente a projeção para o índice de preços ao consumidor para os anos fiscais de 2014 e 2015, mas ainda espera atingir sua meta de inflação dentro do cronograma de dois anos que definiu originalmente.

A autoridade monetária disse que agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) real cresça 0,5% no ano fiscal atual até março de 2015, ante crescimento de 1,0% que havia projetado em julho.

A instituição projeta agora que o núcleo da inflação ao consumidor alcance 1,2 por cento no ano fiscal atual, seguido de 1,7 por cento no ano fiscal posterior e 2,1 por cento no ano fiscal 2016/17.

Nas previsões anteriores feitas em julho, o BC japonês havia projetado que o núcleo de inflação ao consumidor ficaria em 1,3% no ano fiscal atual, 1,9% no ano fiscal subsequente e 2,1% no fiscal de 2016/17.

Mais cedo, em um anúncio inesperado e que surpreendeu os mercados financeiros globais, o BoJ informou que decidiu expandir seu forte estímulo, reconhecendo que o crescimento econômico e a inflação não aceleraram como esperado após o aumento do imposto sobre vendas em abril.

O presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, classificou a decisão como uma prevenção para manter a política monetária no caminho certo, não admitindo que seu plano saiu dos trilhos.

“Decidimos expandir o estímulo quantitativo e qualitativo para garantir que alcancemos logo nossa meta de preço”, disse ele em entrevista à imprensa, reafirmando a meta de inflação de 2% no próximo ano.

“Estamos em um momento crítico no esforço de nos libertamos da mentalidade de deflacionária.”

Em uma rara decisão dividida, o conselho do banco central votou por 5 a 4 para acelerar as compras de títulos do governo japonês, para que seu portfólio aumento ao ritmo anual de 80 trilhões de ienes (US$ 723,4 bilhões), 30 trilhões de ienes a mais do que era feito até então.

O anúncio refletiu fortemente nos mercados financeiros, levando o principal índice da bolsa japonesa, o Nikkei, a decolar quase 5% e fechar em seu nível mais alto em cerca de sete anos.

(Com informações das agências Reuters e Kyodo)

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